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✉️ Conversas furtadas na Feira e indagações sobre o casamento

Tudo é Gênero | Edição #32

✉️ Conversas furtadas na Feira e indagações sobre o casamento
Feira do Livro de Porto Alegre 2025 | Foto: Eduardo Fernandes/CRL

Conversas furtadas na Feira do Livro

Uma voz de mulher atrás de mim: “Vim pelo passeio.”

Um casal conversa:
“Como é mesmo o nome dele?”
“Falero, José Falero.”
“Hum e lá da zona leste, como eu?”
“É, acho que é da Lomba do Pinheiro.”
“Já gostei!”

“Um deles é gaúcho, o Mario Quintana. O outro, de Minas Gerais, Carlos Drummond”, disse um pai, suponho, para o filho pequeno enquanto atravessavam a Praça da Alfândega.

Uma amiga conta à outra: “Fui na inauguração daquela Livraria Travessa e adorei que tinha coquetel, guria! Espumante e comidinhas regionais. Cuca com linguiça e bergamota.”

“Lia a Bíblia porque queria que deus me amasse. Mas não encontrei muitas respostas, então li outras coisas. Quem me apresentou a literatura foi Djavan, não foi deus”. Da escritora Nathalia Protazio, no seminário O Conhecimento Transforma, promovido pela UERGS.

“Ême, A, érre, gê, ésse… O que é isso?”, soletrou uma senhora subindo as escadas do… MARGS.

(risos): sentados no chão da praça, um avô lê para o neto.

“Li seu livro. Impressionante que presta! Achei que era panfletário”, contou Luciany Aparecida, autora do premiado Mata Doce, ao compartilhar impressões que já recebeu do público. Do painel Escritoras: Trajetórias, Prêmios e Literatura.

“Muito estranho… que gente estranha”, disse uma senhora agarrada no braço do esposo enquanto caminhavam apressados por um dos corredores da Feira.

Na plateia de um dos painéis realizados no Auditório Erico Verissimo, na última quarta-feira: “E nós, homens, não temos voz!”, disse, nervoso, o homem com o microfone na mão.

“Eles têm medo de um comunismo que nunca chegou”. Tipo de verdade que se escuta nas mesas de bar da Andradas.

As opiniões emitidas pelo autor não expressam necessariamente a posição editorial da Matinal.

🎯
Leitoras atentas

A quem interessa o casamento? A indagação é da jornalista Raphaela Donaduce Flores, que enviou um artigo à coluna como resposta a um texto do psicanalista Mário Corso, publicado em Zero Hora nesta semana. Ele cita uma pesquisa sobre o declínio global de relacionamentos românticos estáveis, situação que classifica como “dramática”.

Corso explora o individualismo como uma das razões apontadas pela pesquisa e afirma que “amar é tornar-se o fruto de um destino vivido a dois”. O artigo ignora qualquer perspectiva de gênero, e essa é uma das problematizações levantadas por Raphaela:

“Não querer submeter-se a relações familiares tradicionais, monogâmicas, patriarcais e heteronormativas talvez explique melhor o 'declínio global dos relacionamentos românticos estáveis.'”
A quem interessa o casamento?
Jornalista responde artigo de Mário Corso sobre relacionamentos

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