O Centro Cultural da UFRGS inaugura, no próximo dia 25 de novembro, terça-feira, às 19h, a exposição “Ainda que não recorde”, da uruguaia Francesca Cassariego. A mostra apresenta obras que traduzem em gesto artístico o trauma do sequestro sofrido pela artista, aos três anos de idade, em Porto Alegre, junto à mãe, Lilian Celiberti, e ao irmão, Camilo Casariego. Conhecido como “sequestro dos uruguaios”, o episódio faz parte das operações do Plano Condor, articulação repressiva entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 1970.
Mais do que revisitar um episódio de violência política, a exposição propõe um espaço de escuta e reconstrução simbólica da memória, a fim de, nas palavras da artista, “transcender o horror e propor uma experiência estética que produza memória e construa futuro”.
“Ainda que não recorde” apresenta três obras interligadas: um painel de papel alumínio com inscrições em alto relevo rememora a maneira como a mãe de Francesca se comunicava durante o cativeiro; tapetes simbolizam o relato do irmão sobre as transferências forçadas de crianças durante os regimes ditatoriais; e um vídeo conduz o público até o Presídio de Punta de Rieles, no Uruguai, conectando passado e presente em uma travessia silenciosa e poética.
Antes da abertura da exposição, no dia 25, Francesca, sua mãe e seu irmão recebem o público para uma conversa na Sala Ipê do Centro Cultural, às 17h. O evento tem entrada gratuita e não requer inscrição prévia.
A mostra é uma parceria do Centro Cultural da UFRGS com o Programa de Pós Graduação em História, e tem apoio do Consulado-Geral do Uruguai em Porto Alegre, da Facultad de Artes, Udelar e da Viação EGA.
A exposição fica aberta à visitação na Sala Laranjeira até o dia 10 de março de 2026, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, com entrada franca. O Centro Cultural está localizado na Rua Eng. Luiz Englert, 333, campus centro da UFRGS.