Sob a liderança inédita da copresidência de Márcio Carvalho e Maria Fernanda de Lima Santin, a Fundação Bienal do Mercosul delineou uma ambiciosa rota estratégica para o triênio 2026–2028. As propostas da nova diretoria foram comunicadas em encontro que marcou o início do processo de transição da antiga presidência, sob o comando da empresária Carmen Ferrão, para a posse dos novos presidentes. Além da empresária e dos novos presidentes, também participaram da apresentação o presidente do Conselho da Bienal e o primeiro mandatário da instituição, Justo Werlang.
Como destacou a antiga presidente da Fundação, a revisão de propósito da nova gestão visa consolidar a entidade não apenas como realizadora de um grande evento bienal, mas como uma instituição de cunho permanente, capaz de posicionar a Fundação Bienal do Mercosul como uma plataforma de arte contemporânea de vanguarda na América do Sul.
Em síntese, o plano inicial de trabalho guiado por três eixos de fortalecimento centrais e distintos, que promovem um pacto de valência e poder complementar:
- Identidade Territorial: este eixo visa reforçar a mostra Bienal e outros projetos artísticos como uma expressão da identidade artística e cultural do território sul-americano, privilegiando em um primeiro momento o resgate da arte contemporânea dos países que integram o Mercosul, considerando suas influências e formas de se relacionarem. A intenção é construir uma visão coletiva a partir do que foi vivenciado nos últimos 30 anos, com um olhar projetado para os próximos 30. Objetiva fortalecer a visão de unidade do território para construir, de forma consistente, uma identidade que represente a própria Fundação Bienal e que possa contribuir para a vanguarda da arte contemporânea da América do Sul, atraindo olhares e se posicionando como representante dos movimentos regionais frente ao mundo. Busca a valorização institucional, bem como da cena artística regional, sempre em diálogo com artistas e instituições de outros territórios, como forma de ampliar o repertório de todos os envolvidos.
- Fortalecimento do Calendário Cultural: a estratégia é fortalecer a Bienal do Mercosul por meio da conexão e sinergia com outros eventos de arte e cultura regionais, nacionais e internacionais. O objetivo é se beneficiar de um maior esforço para proporcionar itinerâncias e transversalidade cultural, tanto levando ações da Fundação para outras cidades, quanto recebendo iniciativas externas no Rio Grande do Sul. A nova gestão propõe reforçar a relação institucional com a Bienal de São Paulo e outros vetores culturais nacionais e sul-americanos para que haja uma troca mútua. A proposta é, ainda, desencaixar as bienais para evitar a sobreposição de mostras e encaixar um calendário regional de eventos de ancoragem (como Portas para a Arte, Ocupações, Festivais de Arte, Noite dos Museus, Feira do Livro etc.). O intuito é criar uma agenda potente e conjugada que culmine em uma grande apoteose cultural na primavera do Rio Grande do Sul. A proposta de gestão é que a Bienal amplie sua articulação e intercâmbio, fortalecendo Porto Alegre como um polo criativo e expressivo reconhecido por sua produção artística e pelo turismo ligado à cultura, indo além do evento a cada dois anos.
- Educativo Permanente: pilar fundamental que busca reposicionar a Fundação Bienal do Mercosul como fomentadora de projetos educativos através da arte de forma contínua e permanente, atuando ativamente no período entre as grandes mostras. A meta é desenvolver palestras e debates com estudantes, público acadêmico, empresas e agentes do sistema das artes, levando luz às questões contemporâneas e seus movimentos. Além disso, a Fundação buscará se posicionar como nutridora de projetos sociais e educativos através da arte, contribuindo efetivamente para as ações de ESG (Ambiental, Social e Governança) do ecossistema empreendedor regional. Pretende ser um instrumento para a evolução do pensar subjetivo cidadão, acadêmico e empresarial através da arte e suas poéticas, sejam elas regionais ou continentais, consolidadas ou emergentes com um olhar para o Rio Grande do Sul, Brasil e América do Sul sempre em diálogo com o restante do mundo, ampliando trocas e olhares.
Enquanto a nova presidência destacou a intenção de ampliar ao máximo o alcance da Bienal ao longo dos anos de mandato, com ações contínuas que visam reverberar a arte e, através dela, auxiliar na construção de um pensamento crítico, Carmen Ferrão lembrou que presidiu as duas bienais em momentos desafiadores: a 13ª em plena pandemia e a 14ª após a grande enchente de 2024.
A empresária relatou os dados referentes às duas últimas mostras e lembrou que 14ª foi uma Bienal mais inclusiva — foco da nova gestão, que tem solenidade oficial da posse ocorre na terça-feira (11/11), às 18h, no Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS), e é aberta ao público.
Ao tomar posse, a nova gestão já definiu uma agenda inicial de eventos da Fundação Bienal do Mercosul para o triênio 2026-2028:
- 2026: Realização da itinerância da 14ª Bienal do Mercosul para cidades do Rio Grande do Sul e Brasil.
- 2027: Realização do Seminário 30+30 e da Mostra 30+30 – Um olhar sobre 1997 / um olhar para 2057, em celebração aos 30 anos da primeira mostra, com foco em retrospectiva e propósito futuro.
- 2028: Realização da 15ª Mostra Bienal do Mercosul.
Os novos copresidentes da Fundação Bienal do Mercosul já possuem uma trajetória de sucesso e colaboração anterior, tendo ambos atuado como presidentes da Associação de Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (AAMACRS), em gestões sequenciadas que cobriram um período de seis anos e que viabilizou do projeto a realização de um sonho de mais de 30 anos com a construção da sede própria do MACRS.
A gestão da dupla inicia com o compromisso de realizar uma revisão estratégica da Fundação para consolidá-la não apenas como realizadora de um evento bienal, mas como uma instituição de cunho permanente e vetor de educação contínua através da arte.
A nova estrutura de governança da Fundação é organizada em núcleos de trabalho, uma estratégia que visa otimizar a gestão, aumentar a eficiência operacional e garantir a clareza de responsabilidades entre as diretorias, incentivando a participação e o protagonismo
Composição da nova diretoria da Fundação Bienal do Mercosul gestão 2026-2028:
Márcio Carvalho - Copresidente Institucional
Arquiteto formado pela UFRGS, com especialização em comunicação e marketing para o mercado imobiliário. É sócio-fundador da Smart – Arquitetura para a Vida Contemporânea e fundador das produtoras criativas Neorama e Miagui. Atua como sócio do Kempinski Laje de Pedra, onde preside o Instituto Cultural Laje de Pedra. Além da atividade empresarial, já presidiu a Associação de Amigos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (AAMACRS), colaborando para a inauguração da sede própria do museu, e atualmente é conselheiro da entidade. É membro do Entrepeneurs Organization (EO) - Capítulo Porto Alegre -, e está na presidência do Comitê Construbusiness da Câmara Americana (AMCHAM), além da vice-presidência do Sindicato dos Arquitetos do Estado do RS (SAERGS).
Maria Fernanda de Lima Santin - Copresidenta Institucional
Economista formada pela PUCRS, mestre em Desenvolvimento Econômico, MBAs em Finanças e Gestão Empresarial e certificações voltadas para otimização de processos e gerenciamento de projetos. Realizou cursos de História da Arte, Curadoria e Mercado de Arte em instituições nacionais e internacionais. Com experiência em docência, integra o Grupo de Estudos de Gestão e Informação do Mercado de Arte (Acessart). Atuou em grandes empresas do setor metalmecânico, varejo e financeiro. Presidiu por dois mandatos a Associação dos Amigos do Museu de Arte Contemporânea do RS (AAMACRS), colaborando para a inauguração da sede própria do museu e desenvolvendo programas educativos voltados a comunidades de baixa renda. Atualmente, atua como economista em consultorias econômicas, é sócia da Galeria de Arte Contemporânea Clima, Diretora Financeira da AAMACRS, Membro do Comitê de Curadoria e Acervo do MACRS e Conselheira da Fundação Vera Chaves Barcellos.
Diretores:
Ana Espíndola - Relações Institucionais com Mercado
André Jobim de Azevedo - Jurídico
André Malcon- Ativação Transversal nas Artes
André Venzon - Relações Institucionais Culturais
Felipe Braga Corrêa - Administrativo-Financeiro
Gabriela Fontoura Brasil - Social Multifacetada
Gressiana Estevan - Planejamento e Comunicação
Jéssica De Carli - Educativo Permanente
Luciano Faraco - Produção e Projetos Especiais
Rodrigo Azevedo Pereira - Propriedade Intelectual
Vinícius Amorim - Ativação Urbana
Vitor Ortiz - Relações Institucionais e Governamentais