Escrito e dirigido pelas irmãs Delphine Coulin e Muriel Coulin, o premiado drama francês Brincando com Fogo (2024) conta uma história poderosa sobre os limites do amor familiar diante de ideologias extremas e conflitos geracionais. O filme é protagonizado pelo excelente Vincent Lindon, vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Veneza.
O astro francês interpreta Pierre, viúvo de 50 anos e pai de dois filhos. Seu caçula, Louis (Stefan Crepon), está prestes a sair de casa para estudar em Paris, dando início à sua própria trajetória.
Já Fus (Benjamin Voisin), o filho mais velho, mergulha em um caminho sombrio: cada vez mais isolado, aproxima-se de grupos de extrema direita que representam tudo o que Pierre combate e despreza. Entre pai e filho, o que existe é uma relação marcada por amor, raiva, incompreensão ⎯ até que uma tragédia abala a família de forma irreversível.

Brincando com Fogo é inspirado no livro O Que É Preciso à Noite, romance de Laurent Petitmangin publicado em 2022. "O romance levanta uma questão que queríamos explorar: o amor é necessariamente incondicional? Se você cometesse o pior, eu poderia continuar a te amar?", comenta a realizadora Delphine Coulin.
A direção das irmãs, conhecidas por sua abordagem humana e política do cinema, resulta em um filme atual, provocador e emocionalmente intenso, que dialoga diretamente com os desafios da Europa em particular e do mundo contemporâneo em geral diante de temas urgentes como radicalização ideológica, intolerância, masculinidade e as tensões invisíveis dentro do ambiente familiar.

A atuação de Lindon é um dos pontos altos do longa, dando vida a um personagem que carrega a dor da impotência diante da transformação do filho e o peso de uma sociedade em ruínas.

Brincando com Fogo: * * * *
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