Olá! Em colaboração exclusiva para a Matinal, a repórter Claudia Bueno traz notícias da COP30, em Belém do Pará, onde indígenas do sul do país reivindicam a demarcação de terras, na esteira do discurso do presidente Lula a respeito do papel dos povos originários na proteção ao meio ambiente.
No âmbito local, Valentina Bressan atualiza sobre o andamento das tratativas entre a prefeitura e a União a respeito da gestão da Usina do Gasômetro. Ainda repercutimos o ranking da Folha, que coloca UFRGS e PUCRS como as melhores universidades do Brasil, federal e privada, respectivamente.
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Apenas 20% dos Guaranis do RS vivem em território demarcado
A demarcação de território está entre as pautas principais dos povos indígenas nesta COP30, em Belém do Pará, e é defendida como uma das políticas necessárias para desacelerar os efeitos da mudança do clima. Até ontem, cerca de 500 indígenas já estavam na Aldeia COP, o espaço oficial do movimento indígena onde são esperadas cerca de 3 mil pessoas. A área fica a três quilômetros de onde ocorrem as negociações da conferência.
A situação da demarcação das terras indígenas nos três estados sulistas é particularmente grave. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) estima que somente 20% dos Guaranis do Rio Grande do Sul vivem hoje em território demarcado. Já entre os Kaingang, a etnia mais numerosa, são em torno de 50 áreas esperando demarcação.
Na sexta-feira, o presidente Lula incluiu a demarcação de terras indígenas como um instrumento de política climática em seu “chamado à ação”, uma carta enviada aos líderes mundiais às vésperas da conferência do clima. Lula pediu o “reconhecimento do papel dos territórios indígenas e comunidades tradicionais e das políticas de proteção como políticas de mitigação climática”.
No caso específico dos indígenas do Rio Grande do Sul, há preocupação extra com os efeitos das enchentes de maio de 2024, cujos impactos se deram sobre comunidades tradicionais que já viviam em áreas precárias.
Leia a matéria completa:
Claudia Bueno
O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER
Proposta de gestão do Gasômetro será analisada em Brasília semana que vem
A proposta de acordo entre a Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e a prefeitura de Porto Alegre para gestão da Usina do Gasômetro deve chegar a Brasília na próxima semana. Uma nota técnica a respeito está sendo elaborada para análise na capital federal. A expectativa do município é de que haja um acordo sobre o uso do espaço ainda neste ano. Por enquanto, o Gasômetro segue sem receber atividades ou programação cultural.
O acordo deve estabelecer uma gestão híbrida, em regime de Cessão em Condições Especiais. A gestão ficará por conta da Secretaria Municipal da Cultura, mas a exploração econômica será permitida em determinados equipamentos culturais e fixos. O modelo, porém, ainda passará por análise jurídica. Saiba mais na Matinal.
UFRGS e PUCRS são as melhores universidades federal e privada do Brasil
Porto Alegre permanece como um polo científico de destaque, de acordo com o 11º Ranking Universitário Folha 2025 (RUF). A UFRGS, na terceira colocação geral, atrás de USP e Unicamp, figurou como a melhor universidade federal do país, liderando no indicador inovação, e a segunda melhor em ensino. Já a PUCRS, que ocupou a 21ª colocação geral, foi considerada a melhor universidade privada do Brasil. No top 50 da lista, ainda estão UFSM (20º lugar), Unisinos (33º), UFPel (34º), Furg (49º) e UFCSPA (50º).
A nova edição do ranking classificou mais de 2,2 mil instituições de ensino superior. O RUF avalia as universidades a partir de cinco indicadores: pesquisa científica, internacionalização, inovação, qualidade do ensino e avaliação do mercado de trabalho.
O estúdio Mar edições lança, na 71ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, uma obra com 50 crônicas inéditas do escritor e jornalista José Paulino de Azurenha. O evento ocorre às 16h30, no Clube do Comércio, e conta com as participações de Lilian Rocha, Marcelo Martins Silva, Luís Augusto Fischer e Brenda Vidal, além da mediação de Aline Gonçalves.
Homem negro, Azurenha assinava sob o pseudônimo de Leo Pardo, e escrevia para o Correio do Povo na virada do século XIX para o XX, jornal de maior circulação no Rio Grande do Sul à época, e que ajudou a fundar. Interessado no processo de publicação do novo livro, o editor da Parêntese Luís Augusto Fischer conversou com Alex de Cassio, responsável pela organização deste novo volume, e também por uma reedição da obra Semanário de Leo Pardo, com crônicas de Azurenha publicadas entre 1905 e 1909.
A entrevista com Alex de Cassio faz parte de uma série de conversas conduzidas por Fischer com escritores e escritoras que a Matinal está publicando ao longo da Feira do Livro. Acesse as entrevistas aqui.
OUTRAS NOTÍCIAS
O MP pediu mais informações à prefeitura de Porto Alegre sobre compra do Edifício Fundação Corsan pelo valor de 19 milhões de reais. O imóvel pertence à Aegea.
Além da Redenção, a prefeitura ampliou vagas para estacionamento rotativo (Área Azul), na região central. Confira as novas áreas no Correio do Povo.
O Cpers convocou uma mobilização por reposição salarial para hoje. A concentração será em frente ao IPE Saúde, por volta das 9h, e às 10h, o grupo irá caminhar até o Palácio Piratini.
Mais tarde, a Frente Pela Legalização do Aborto vai protestar contra o PDL da Pedofilia. A manifestação ocorre hoje às 18h, na Esquina Democrática.
A Defesa Civil do RS confirmou a morte de um jovem de 21 anos em São José dos Ausentes por consequência dos temporais que atingiram o RS.
Ainda sobre os eventos climáticos extremos da semana passada: Roca Sales, devastada por enchentes em 2024, iniciou uma campanha de arrecadação para ajudar atingidos no Paraná.
O Ibama arquivou o projeto da termelétrica Ouro Negro, que seria construída em Pedras Altas, no sul do estado. A usina seria a última termelétrica a carvão a ser construída na América Latina.
Relatório da Polícia Civil concluiu que os brigadianos que mataram homem com esquizofrenia agiram em legítima defesa. Herick Cristian da Silva Vargas foi baleado quatro vezes após sua mãe chamar a Brigada Militar para garantir que o filho tivesse atendimento.CULTURA
“O Agente Secreto” volta a 1977 para falar do Brasil de hoje
Não é incomum um filme precedido de muitos debates e premiações frustrar as expectativas quando enfim entra em cartaz. O Agente Secreto (2025), porém, não faz parte desse famigerado time, felizmente. Vencedor dos prêmios de melhor direção (Kleber Mendonça Filho) e atuação masculina (Wagner Moura) no Festival de Cannes, o longa indicado pelo Brasil para disputar uma vaga no Oscar na categoria de produção internacional é intrigante, inteligente, divertido e, como anuncia o pôster, cheio de “pirraça”. Leia a resenha.
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