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✉️ Festival Zumbi Solidário, 50 anos do Afro-Sul e estreias da semana

Newsletter do Roger #389

✉️ Festival Zumbi Solidário, 50 anos do Afro-Sul e estreias da semana
Companhia Afro-Sul comemora 50 anos. Foto: Bruno Gomes

Salve! Como andam as coisas por aí? Pronto para curtir o feriado? Pois a gente por aqui resolveu antecipar a newsletter nesta semana e você está recebendo os nossos conteúdos bacanas na véspera do Dia da Consciência Negra, que é para aproveitar a folga com boas dicas.

Ótimas leituras – e um viva para Oliveira Silveira e seus colegas ativistas do Grupo Palmares, que se articularam a fim de que a data da morte de Zumbi virasse feriado nacional e também provocasse a reflexão sobre a questão da negritude no Brasil.

O som da semana

Jards Macalé nos deixou na última segunda-feira, aos 82 anos, após semanas lutando contra uma broncopneumonia. Antes mesmo do aclamado álbum Jards Macalé (1972), o cantor e compositor entrava na história da música brasileira com Vapor Barato, parceria dele com o poeta Waly Salomão, na voz de Gal Costa, em Fa-Tal – Gal a Todo Vapor (1971).

Outro sinal de tudo que viria pela frente na trajetória do carioca é o álbum Transa (1972), gravado no exílio londrino de Caetano Veloso, com direção musical e arranjos de Jards.

Ainda na década de 1970, Aprender a Nadar (1974) e Contrastes (1976) ganham destaque em sua discografia, que nos últimos anos brindou o público com Besta Fera (2019), Síntese do Lance (2021) – com João Donato – e Coração Bifurcado (2023).

“O tema de Coração Bifurcado é o amor, mas o amor como gesto político numa época muito delicada do país, com as pessoas se digladiando, falando mal umas das outras, ódio nas redes sociais, um mal-estar horroroso. As músicas não necessariamente falam de amor, mas têm gestos de amor”, contou Jards ao repórter Ricardo Romanoff, há pouco menos de quatro meses, em entrevista que antecedeu o show do músico com a banda Metá Metá, no Salão de Atos da UFRGS. 

Em uma das melhores faixas de Coração Bifurcado, Jards nos deixa o epitáfio musical de um artista inquieto: “A arte de não morrer/ No tempo de todas as dores/ A arte de ainda ver/ Na escuridão das cores”.

Ao final do álbum, o professor, como era conhecido, nos oferece uma última lição: “Faça música que é bom/ Cante, cante/ Porque é melhor pro mundo/ Cante, cante”.