Olá! Menos de três semanas após o início de uma crise que abalou a imagem do governo na cultura, o Piratini anunciou Luciano Alabarse como novo presidente da Fundação Theatro São Pedro, ao mesmo tempo em que confirmou a programação do Multipalco para 2026. O repórter Pedro Pereira acompanhou o anúncio e questionou a gestão estadual sobre o projeto que pode pôr fim a fundações.
Contamos ainda sobre a aprovação do orçamento deficitário do Piratini para o ano que vem e a proposta de revisão do IPTU que a prefeitura quer aprovar às pressas na Câmara.
Hoje, o time de colunistas está reforçado, com Flávio Kiefer escrevendo sobre o Plano Diretor, e Nando Gross comentando as declarações homofóbicas de Abel Braga. No destaque da Parêntese, Marcelo Pires reflete sobre uma passarela na Avenida Nilo Peçanha, agora iluminada com um tipo de brilho que não pede licença para entrar na retina.
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Alabarse será o novo presidente da Fundação Theatro São Pedro
O governador Eduardo Leite (PSD) anunciou Luciano Alabarse como novo presidente da Fundação Theatro São Pedro ontem FTSP. O cargo estava vago havia uma semana, quando Antônio Hohlfeldt, que ocupava a posição desde 2018, foi demitido, após anunciar a suspensão da assinatura de novos contratos do Multipalco para 2026.
No ato desta terça, o secretário estadual da Cultura, Eduardo Loureiro, e seu adjunto, Fabiam Thomas, apresentaram à imprensa a programação já confirmada para o período entre janeiro e março de 2026. Thomas ocupava, até o anúncio de Alabarse, o cargo de presidente interino da fundação.
Questionado sobre a falta de pessoal apontada pelo ex-presidente da FTSP Antônio Hohlfeldt, Thomas afirmou que a situação será resolvida com “ajustes pontuais”. Sobre o PL que tramita na Assembleia em regime de urgência e permite a privatização de fundações, Thomas rechaçou a possibilidade:
“Isso jamais foi pautado. Não está sendo pautado. Sequer é cogitado”.Leia a reportagem completa
Pedro Pereira
O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER
Assembleia aprova orçamento deficitário da gestão Leite
O plenário da Assembleia Legislativa aprovou, por 32 votos a 10, o projeto que estabelece o orçamento para o estado em 2026, prevendo um déficit de 3,79 bilhões de reais – a estimativa é de 88,92 bilhões de receitas e 92,72 bilhões de gastos. Antes de ser aprovado, o texto recebeu críticas de deputados à esquerda e à direita no parlamento.
A oposição focou no fato de que a proposta contradiz os anúncios do governo de que as contas foram sanadas, além da continuidade das estimativas negativas após reformas e privatizações desencadeadas pela gestão de Eduardo Leite (PSD). “Uma herança de austericídio, sucateamento e estagnação”, criticou a deputada Luciana Genro (PSOL). Já o deputado Cláudio Branchieri (Pode) sustentou que o “prazo de validade do discurso de existência de equilíbrio fiscal” encerra no próximo ano, quando o governo terá que começar a pagar as parcelas da dívida com a União, suspensas em razão da enchente.
Prefeitura apresenta projeto de revisão da planta do IPTU
A prefeitura de Porto Alegre apresentou ontem o projeto que revisa a Planta Genérica de Valores Imobiliários em Porto Alegre, que serve como base de cálculo para o IPTU. Conforme a proposta, 46 mil imóveis terão aumento no imposto, que será de até 10% no tributo, enquanto 174 mil terão a base reduzida. Além disso, 643 mil não terão os valores alterados. Com as mudanças, a previsão é de que a arrecadação tenha um aumento de 17,3 milhões por ano. O texto propõe incentivos para imóveis no Centro e no 4º Distrito, que passará a incluir o bairro Anchieta no perímetro, além do setor de hotéis. A apresentação do prefeito Sebastião Melo (MDB) está disponível neste link.
Para passar a valer em 2026, o projeto precisará ser votado ainda neste ano pelos vereadores. Melo deve encaminhar um pedido de convocação extraordinária da Câmara para vencer a pauta.
Especialistas ouvidos pelo portal Humanista, da UFRGS, defenderam maior fiscalização na legislação e o manejo sustentável em prol da preservação do pampa. Conforme relatório do MapBiomas, o uso antrópico superou áreas de vegetação nativa. Um dos obstáculos citados foi a criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em 2012. O documento autodeclarado por produtores rurais pode gerar falsas classificações, permitindo o avanço da agropecuária sobre a vegetação. O professor Heinrich Hasenack, do departamento de Ecologia da UFRGS, ressaltou a necessidade de uma diversificação agrícola no Rio Grande do Sul, centrada atualmente em arroz, soja e silvicultura. “Quem faz uma boa agricultura, dentro dos princípios básicos de conservação do solo, da água e dos outros recursos, que é o que ensina a agronomia básica, está ajudando a conservar”, afirmou.
Ainda em setembro, reportagem da newsletter Climática, da Matinal, mostrou que a vegetação campestre gaúcha pode facilmente ser confundida com uma simplificação da paisagem. Compostas em maioria por plantas herbáceas (de pequeno porte e caule flexível) e arbustos, essas regiões do pampa são também cruciais no combate às mudanças climáticas.
OUTRAS NOTÍCIAS
No mesmo dia em que termômetros marcaram máxima de 32°C em Porto Alegre, moradores do bairro Lami foram atingidos por uma chuva de granizo.
A prefeitura de Porto Alegre anunciou o programa POA Futura, valor captado pelo projeto é de 6 bilhões de reais. O lançamento oficial será realizado na próxima segunda.
O RS recebeu mais de 32 mil doses do primeiro lote da vacina contra o vírus sincicial respiratório. A imunização vai ser oferecida pelo SUS, destinada a gestantes a partir da 28ª semana.
A Justiça condenou o ex-deputado estadual Ruy Irigaray por improbidade administrativa. A decisão apontou que o parlamentar utilizou servidores para realizar reformas em um imóvel particular.
O Aeroporto Salgado Filho registrou mais de 30 casos de lasers apontados para aviões em outubro, maior número registrado em um só mês. A luz apontada para pilotos pode causar acidentes na hora do pouso.
A Furg vai abrir no dia 15 um processo seletivo para estudantes trans, indígenas e quilombolas. Serão abertas 30 vagas, as inscrições devem ser realizadas até 11 de janeiro.
Restando dez dias para o término da campanha Papai Noel dos Correios, mais de mil cartinhas ainda aguardam padrinhos.
Juremir revisita um conto de Borges: “Certo mesmo, com certeza firmada, é que cada homem acrescenta alguma coisa a uma mesma história contada”.
“A crítica é necessária e precisa ser clara. Mas existe um ponto que não pode ser engolido pelo calor da reação”, comenta Nando Gross sobre a lamentável declaração de Abel Braga em sua apresentação no Inter.
A passarela que liga o quê?
Marcelo Pires
A pergunta é simples: por que escola e universidade, que vivem dizendo para seus alunos reduzirem o tempo de tela, topariam instalar uma gigante ao ar livre, em 24 horas de sessão contínua? Quando duas instituições de ensino permitem que seus estudantes passem o dia expostos a estímulos incessantes, isso, inclusive, não se aproxima de publicidade subliminar?
Leia o texto completo →
Sou daqui
Porto Alegre, no entanto, cresceu muito menos do que se imaginava e, até mesmo, passou a perder população desde a última década. O curioso é que, ao contrário do que o bom senso indicaria, o Plano Diretor foi aumentando drasticamente a altura e dimensões dos edifícios. A cidade que tinha sido preparada para abrigar os milhões de habitantes que não vieram (tem mal e mal 1,4 milhão) começou a perder sua característica acolhedora e bem dimensionada, que a diferenciava das demais cidades brasileiras. Pior, agora se prepara para permitir a construção de imensas torres que vão alojar fantasmas, ou, sem gracejos, capital imobilizado.
Leia a coluna completa.
CULTURA
Duas meninas encaram a morte, o luto e a culpa
Longa-metragem de estreia da diretora brasiliense Rafaela Camelo, A Natureza das Coisas Invisíveis (2025) recebeu três troféus no último Festival de Gramado: Prêmio Especial do Júri, melhor atriz coadjuvante (Aline Marta Maia) e trilha sonora. O filme mergulha no universo das experiências que as crianças vivem antes de saber nomeá-las: a morte, o luto, a culpa e o medo daquilo que está prestes a acabar. Leia a resenha de Roger Lerina.
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