A vida no dia a dia tem algo de movimento contínuo como andar de bicicleta. A metáfora é simples, mas não deixa de ser possivelmente justa: não dá para parar sem o risco de perder o equilíbrio. Então a gente mantém o ritmo, colhendo satisfações, driblando problemas, apostando no futuro, apoiando-se nos amigos e familiares, construindo redes, aprendendo cotidianamente a fazer o que precisa ser feito, a viver e a tentar ser feliz. De vez quando, por alguma razão, paramos e ouvimos sobre o que temos feito.
É revelador. Não estamos sozinhos.
Na quarta-feira, Dia dos Professores, o reitor da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, tendo ao seu lado o pró-reitor de Pesquisa, Draiton Gonzaga, reuniu um grupo de docentes para uma celebração: uma homenagem aos pesquisadores da universidade. Hoje, uma universidade atua sobre um tripé: ensino, pesquisa e extensão. A PUCRS, na avaliação dos programas de pós-graduação da Capes, organismo do Ministério da Educação, tem 72% dos seus mestrados e doutorados com notas 6 e 7, as mais altas da escala, o que configura excelência.
Outro elemento distintivo são os pesquisadores A do CNPq, chamados de PQ. A atual classificação tem três níveis: A, B e C. Chegar ao nível A leva tempo, exige muito trabalho e passa por avaliações rigorosas feitas pelos pares. A ciência apoia-se na cooperação e na disputa pela excelência. Desde o seu projeto de trinta anos atrás, “Mil doutores no ano 2000, a PUCRS busca oferecer as melhores condições para o desenvolvimento de pesquisa em alto nível.
Manuir Mentges destacou, em sua saudação, aspectos que explicam o êxito da PUCRS: “Num artigo hoje publicado no Correio do Povo, eu afirmo que a educação é, antes de tudo, um ato coletivo. Na PUCRS, somos professores, pesquisadores, técnicos administrativos e profissionais das mais diversas áreas que, juntos, damos vida a uma comunidade que ensina, aprende e transforma. Estar em comunidade é mais do que partilhar um espaço: é reconhecer-se em um lugar de pertencimento, onde a singularidade de cada um se integra a um todo maior, capaz de gerar sentido comum e inspirar o futuro da sociedade”.
Educação e pesquisa como “ato coletivo”, eis uma filosofia que encanta e funciona. Só a competição não levaria muito longe. Esforços individuais ou sem respaldo institucional tendem a dar poucos frutos. É fundamental sentir-se acolhido, ser parte, integrar coletivos em que a singularidade tem valor, o que o sociólogo francês Michel Maffesoli, Doutor Honoris Causa da PUCRS, chama de lógica do estar-junto, essa vibração do pertencimento, “cimento social” que cola esforços inter e transdisciplinares, como gosta de enfatizar outro francês também Doutor Honoris Causa da PUCRS, o centenário Edgar Morin, cujo grande livro, O método do Método, será lançado em novembro pelo selo que reúne as sete Pontifícias Universidades Católicas brasileiras.
Manuir Mentges fez um belo e necessário elogio da ciência: “Defender a ciência e o conhecimento científico é mais do que uma busca intelectual — é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento social, econômico e cultural do nosso país”. Valorizou o trabalho de cada um: “As pesquisas que vocês conduzem, com rigor, dedicação e criatividade, não apenas ampliam os horizontes do saber, mas também oferecem soluções concretas para os desafios que enfrentamos enquanto nação. Reconhecer a produtividade de vocês é também reconhecer a responsabilidade social da ciência. A pesquisa de qualidade gera impacto real, melhora vidas, inspira novas gerações e fortalece o papel da universidade como agente transformador da sociedade”.
Obrigado, Reitor.
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