Confira todos os textos da edição #303
- Sobre Jards Arnett Macalé da Silva, por Luciano Mello
- Raduan Nassar: um olho na literatura, outro na vida, por Helena Terra
- Perguntas para “O Agente Secreto”, por Álvaro Magalhães
- Serranos na várzea, por Geraldo Hasse
- Cidades são redes, por Juremir Machado da Silva
- Poesia de alta voltagem, por Marcia Benetti
- Uma alegria sem adeus, Mariana, por Tiago Maria
- Ninfas na lomba do cemitério, por Luís Augusto Fischer
- Gota D’água, Os Saltimbancos e O Cio da Terra, por Arthur de Faria
- Porto Alegre, 1891-95: os primeiros anos da Gazetinha, republicana, maçônica, operária e quase sensacionalista, por Arnoldo Doberstein
- Diário da guerra do sono: Capítulo III – O asfalto, por Cristiano Fretta
O leitor encontrará esta crônica num sábado. Vamos com calma.
Toda cidade é uma rede. Em maior ou menos grau. Uma cidade razoavelmente constituída é feita de rede elétrica, rede de abastecimento de água, rede de esgotos, rede escolar, rede viária, rede de telefone, rede de mercados ou supermercados, etc. Sem contar rede política, rede social, rede cultural, rede de relacionamentos, etc. O termo cidade aparece necessariamente associado à rede e tecnologia.
O problema de boa parte das cidades da rede de países pobres ainda é a deficiência de redes ou o excesso de nós que não nos ligam, mas nos amarram.

Em Alagoas, no povoado de Laje, município de Porto de Pedras, no qual sempre penso, vi muitas vezes mulheres tirando baldes de água do rio, onde crianças se banhavam e velhas lavavam roupas, diante de casas humildes coroadas com antenas parabólicas.
A vida ali era quase um poema rústico, uma relação direta com a natureza: o rio de águas escuras faz uma curva junto à rodovia.