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“O Brasil que Não Houve” recupera a irreverência do jornalista e satirista Barão de Itararé

“O Brasil que Não Houve” recupera a irreverência do jornalista e satirista Barão de Itararé
Foto: Canal Curta!

O “documentário-comédia” O Brasil que Não Houve – As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas (2025) chega ao Canal Curta! nesta sexta-feira (24/10), às 22h. Com narração de Gregório Duvivier, o filme conta a história do gaúcho Apparício Torelly (1895 – 1971), dono do pseudônimo Barão de Itararé, o grande nome do “jornalismo mentira, humorismo verdade”.

O roteiro e a direção do filme são assinados por Renato Terra e Arnaldo Branco. O longa recupera a trajetória de Torelly, jornalista e escritor que comandava o jornal A Manha, publicação que satirizava a imprensa, os políticos e a sociedade em geral durante a Era Vargas (1930 – 1945).

“Foi fundamental trazer o espírito bem humorado do Barão de Itararé para contar essa história. A trajetória do Barão e seus confrontos com o governo de Getúlio Vargas são contados pela lente do humor”, explica Renato Terra, que já dirigiu os documentários Uma Noite em 67 (2010) e Narciso em Férias (2020), a minissérie O Canto Livre de Nara Leão (2022) e tem uma coluna semanal de humor na Folha de S.Paulo.

O jornalístico criado por Torelly em 1926 pode ser considerado precursor de outros títulos como o jornal O Pasquim, o programa humorístico Casseta & Planeta e a página Sensacionalista. Antes disso, o jornalista assinou uma coluna no jornal A Manhã, a convite de Mário Rodrigues.

Reprodução

Muitas frases do Barão se tornaram antológicas e populares, como “De onde menos se espera é que não surge nada mesmo”, “Em caso de guerra, ou mato ou morro – ou eu corro pro mato ou eu corro pro morro”, “Todos temos a hora do rato e a da ratoeira”, “Diz-me com quem andas e eu te direi se vou contigo”, “Negócio importante não se mata amarra com barbante”, “O fígado faz muito mal à bebida”, entre outras.

Com olhar atento e humor afiado, confrontou o governo e cunhou diversas expressões muito conhecidas até hoje. “O Barão é de uma época em que os humoristas eram cancelados de verdade. Somando todas sua passagens pela cadeia, ficou mais de dois anos preso por contar piadas e nem podia botar culpa no politicamente correto”, diz Arnaldo Branco, que assina seu primeiro documentário depois de sete temporadas como redator do jornalístico de humor – ou humorístico de jornal – Greg News.

Assista ao trailer de O Brasil que Não Houve – As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas:

O Brasil que Não Houve – As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas

Roger Lerina

Roger Lerina

Jornalista e crítico de cinema. Editou de 1999 a 2017 a coluna Contracapa sobre artes, cultura e entretenimento, publicada no Segundo Caderno do jornal Zero Hora.

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