Realizador intensamente ativo, que chega a lançar até três longas-metragens por ano, Hong Sang-soo está de volta aos cinemas com O que a Natureza te Conta (2025). O mais recente filme do consagrado diretor sul-coreano novamente investiga as complexidades e sutilezas dos relacionamentos ⎯ debruçando-se neste caso nas aproximações e distanciamentos das trocas geracionais entre um jovem idealista e os integrantes de uma família rica.
O que a Natureza te Conta se inicia com a chegada de Donghwa (Seong-guk Ha) e a namorada Junhee (Yoon So-yi) na frente da casa dos pais da garota. Notando que o poeta com quem se relaciona há três anos ficou impressionado com o tamanho da residência e a beleza da paisagem natural da propriedade, ela convida o rapaz conhecer o local.
Logo na entrada o casal encontra o pai da moça, Kim (Kwon Hae-hyo), homem jovial e ativo que se orgulha da propriedade que construiu para a mãe e da família que formou ⎯ completada pela primogênita Neung-hee (Park Mi-so) e pela esposa Choi (Cho Yun-hee). Em meio a conversas casuais, drinques compartilhados e um longo jantar, o que começou com uma simples carona desenrola-se em um intenso dia de vivências e interações que desenham um variado retrato de tensões familiares e afetivas ⎯ mais esboçado do que efetivamente acabado.
Em seu 33º longa, o prolífico Hong Sang-soo desempenha outra vez múltiplas funções: assina o filme como diretor, roteirista, compositor, montador, produtor e diretor de fotografia. Exibido nos festivais de Berlim e Nova York, O que a Natureza te Conta coloca em cena atores recorrentes na filmografia do cineasta, interagindo entre si com a naturalidade minimalista característica da obra do sul-coreano, em um registro que se alterna entre o dramático e o cômico.
No desenrolar de O que a Natureza te Conta, emoções, reflexões e sentimentos afloram gradualmente à medida em que a substância das intenções, expectativas, referências e personalidades dos personagens é decantada. Nas histórias de Sang-soo, a fluidez dos diálogos e silêncios, encontros e despedidas sempre segue um curso errático, surpreendente e impermanente como a vida.
O que a Natureza te Conta: * * * *
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