A diretora e roteirista francesa Lola Doillon aborda a saúde mental de uma jovem mulher em seu novo filme. Com delicadeza e humor, a comédia romântica Uma Mulher Diferente (2025) acompanha a jornada de autodescoberta da personagem principal depois do diagnóstico de autismo.
Protagonizada por Jehnny Beth, atriz de títulos como Anatomia de uma Queda (2023), a história mostra como Katia lida com sua complicada vida profissional e amorosa. Aos 35 anos, ela tenta manter-se no emprego em uma produtora de documentários jornalísticos, apesar da dificuldade em interagir com outras pessoas e da hipersensibilidade a barulhos e ambientes agitados. Por outro lado, seu relacionamento errático com Fred (Thibaut Evrard) é marcado por altos e baixos, rompimentos e reatamentos.

Ao ser convocada a produzir uma reportagem sobre autismo, Katia acaba reconhecendo em si muitas características dessa condição. A partir do diagnóstico que confirma sua suspeita, a protagonista passa a questionar seu lugar no mundo e a reavaliar a forma como lida com suas angústias, medos e desejos.
A realizadora Lola Doillon diz que queria escrever uma história de amor, mas não pensava em abordar o autismo. O tema, porém, começava a ser recorrente nos projetos que recebia: "Rapidamente percebi que não sabia nada sobre o assunto. E quanto mais eu aprendia, mais descobria um mundo desconhecido. Não me sentia legitimada para falar sobre isso, e quando descobri o autismo através de uma perspectiva feminina, isso me tocou. Me senti próxima dessas mulheres e quis falar sobre isso. Então, pareceu importante para mim, de fato, conectar isso a uma mulher que descobre seu autismo tardiamente e integrá-lo a essa história de amor”.

Para tratar disso, a cineasta explica que construiu duas personagens de formas contrastante, Katia e Fred, para que possam compreender o autismo, e como conviver com ele, cada um a sua maneira.
"Quando Katia chega à casa de Fred, feliz, com uma grande ideia em mente, Fred não está necessariamente no mesmo estado de espírito. E vice-versa. São interseções humanas. Eles também têm o direito de falhar, de não serem perfeitos. A falta de conhecimento pode nos levar a coisas tolas. Eu mesma, certamente disse coisas desajeitadas e as pessoas ao meu redor me educaram. No filme, Fred se educa".
Uma Mulher Diferente: * * * *
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