Confira todos os textos da edição #305
- A volta dos que não foram, por Carlos André Moreira
- Quanto pesa uma pena?, por Alyne Rehm
- Carne vermelha, por Helena Terra
- Diário da guerra do sono: Capítulo 5 – Tragédia, por Cristiano Fretta
- Canções de 1978, por Luís Augusto Fischer
- Serranos na várzea – Parte 3, por Geraldo Hasse
- As cinzas insurgentes de Roberto Gigante, por Jandiro Koch
- Santa Catarina, a santa mesmo, por Paulo Damin
- Apadrinhe a Escola Casa de Teatro, por Juremir Machado da Silva
- Porto Alegre, 1893-95: Guerra civil, novas fábricas e operariado, por Arnoldo Doberstein
Os anos de 1893-95, para os porto-alegrenses, foram de notícias assustadoras e algumas perspectivas de empregos. O susto vinha dos horrores da guerra civil entre maragatos e chimangos. Os empregos vinham de novas empresas, algumas delas criadas em 1891, no auge da enganosa euforia creditícia do Encilhamento. Das novas empresas (Pregos de Paris, Progresso Industrial, Neugebauer e Fiateci), a Pregos de Paris anunciava 40 empregos. A Progresso Industrial, cerca de 120. Mas, nos resultados, a primeira sofria com o câmbio na importação de arames para a fabricação de seus pregos. A segunda, pela “situação política do Estado”, só conseguia vender seus sapatos finos “quase que exclusivamente para o consumo da cidade” (A Federação, 15.3.1894, p.2).
As outras iam bem nos resultados, nem tanto nas condições de trabalho. A Neugebauer começara num prédio da madeira, na Av. Germânia, 49, Navegantes, onde adquiriram seu primeiro automóvel (Fig. 1 – esquerda). Ainda não era a potência que se tornou com a produção de chocolates (1904) e que se mudaria para a Av. Cairu, 230 (Fig. 1 – centro). Mas, em 1895, já anunciava 100 mil contos de capital e vinte empregos diretos. Do calor que seus empregados aguentavam para fazer os seus doces (Fig. 1 – direita), com os quais a empresa obsequiava os jornais (Ibidem, 27.6.1903), disso quase ninguém comentava.