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Porto Alegre, 1893-95: Guerra civil, novas fábricas e operariado

Parêntese #305

Porto Alegre, 1893-95: Guerra civil, novas fábricas e operariado
Fig. 5 – Ernst Zeuner. A vida na cidade: A fábrica – Os operários, sem data. Têmpera sobre papel, 25,5 x 37 cm. Reprodução: Acervo do MARGS, Porto Alegre, RS.

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Os anos de 1893-95, para os porto-alegrenses, foram de notícias assustadoras e algumas perspectivas de empregos. O susto vinha dos horrores da guerra civil entre maragatos e chimangos. Os empregos vinham de novas empresas, algumas delas criadas em 1891, no auge da enganosa euforia creditícia do Encilhamento. Das novas empresas (Pregos de Paris, Progresso Industrial, Neugebauer e Fiateci), a Pregos de Paris anunciava 40 empregos. A Progresso Industrial, cerca de 120. Mas, nos resultados, a primeira sofria com o câmbio na importação de arames para a fabricação de seus pregos. A segunda, pela “situação política do Estado”, só conseguia vender seus sapatos finos “quase que exclusivamente para o consumo da cidade” (A Federação, 15.3.1894, p.2). 

As outras iam bem nos resultados, nem tanto nas condições de trabalho. A Neugebauer começara num prédio da madeira, na Av. Germânia, 49, Navegantes, onde adquiriram seu primeiro automóvel (Fig. 1 – esquerda). Ainda não era a potência que se tornou com a produção de chocolates (1904) e que se mudaria para a Av. Cairu, 230 (Fig. 1 – centro). Mas, em 1895, já anunciava 100 mil contos de capital e vinte empregos diretos. Do calor que seus empregados aguentavam para fazer os seus doces (Fig. 1 – direita), com os quais a empresa obsequiava os jornais (Ibidem, 27.6.1903), disso quase ninguém comentava.