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Porto Alegre, 1891-95: os primeiros anos da Gazetinha, republicana, maçônica, operária e quase sensacionalista

Parêntese #303

Na história da imprensa no RGS, a Gazetinha (1891-1900) merece lugar de destaque. Seu proprietário-redator, Octaviano Manoel de Oliveira (Fig. 1 - esquerda), era republicano, maçom (desde 1894) e explícito apoiador do movimento operário. Um de seus ilustradores-litógrafos era Francisco Xavier da Costa (Fig. 1 - centro), importante liderança do movimento operário nascente (talvez até a maior), também maçom (desde 1899) e membro do PRR, pelo qual chegou a se eleger Conselheiro Municipal (1912). O outro era João Carlos Alberto Engel (Fig. 1 - direita), do qual as informações são escassas, mas que, por sua longeva parceria no Independente, criado por Octaviano em 1900, podemos arriscar que comungava das mesmas ideias do chefe.

Acertavam-se muito bem os três. Conviviam no mesmo espaço de trabalho (Fig. 1 – direita), com chefes e subordinados convivendo num clima de camaradagem corporativa que lembrava um pouco o ambiente das antigas guildas medievais. Espírito este bastante lembrado na maçonaria e que o PRR, na sua retórica social-democrata de colaboração entre capital e trabalho, também acolhia com simpatia e cálculo eleitoreiro.