Confira todos os textos da edição #303
- Sobre Jards Arnett Macalé da Silva, por Luciano Mello
- Raduan Nassar: um olho na literatura, outro na vida, por Helena Terra
- Perguntas para “O Agente Secreto”, por Álvaro Magalhães
- Serranos na várzea, por Geraldo Hasse
- Cidades são redes, por Juremir Machado da Silva
- Poesia de alta voltagem, por Marcia Benetti
- Uma alegria sem adeus, Mariana, por Tiago Maria
- Ninfas na lomba do cemitério, por Luís Augusto Fischer
- Gota D’água, Os Saltimbancos e O Cio da Terra, por Arthur de Faria
- Porto Alegre, 1891-95: os primeiros anos da Gazetinha, republicana, maçônica, operária e quase sensacionalista, por Arnoldo Doberstein
- Diário da guerra do sono: Capítulo III – O asfalto, por Cristiano Fretta
Na história da imprensa no RGS, a Gazetinha (1891-1900) merece lugar de destaque. Seu proprietário-redator, Octaviano Manoel de Oliveira (Fig. 1 - esquerda), era republicano, maçom (desde 1894) e explícito apoiador do movimento operário. Um de seus ilustradores-litógrafos era Francisco Xavier da Costa (Fig. 1 - centro), importante liderança do movimento operário nascente (talvez até a maior), também maçom (desde 1899) e membro do PRR, pelo qual chegou a se eleger Conselheiro Municipal (1912). O outro era João Carlos Alberto Engel (Fig. 1 - direita), do qual as informações são escassas, mas que, por sua longeva parceria no Independente, criado por Octaviano em 1900, podemos arriscar que comungava das mesmas ideias do chefe.
Acertavam-se muito bem os três. Conviviam no mesmo espaço de trabalho (Fig. 1 – direita), com chefes e subordinados convivendo num clima de camaradagem corporativa que lembrava um pouco o ambiente das antigas guildas medievais. Espírito este bastante lembrado na maçonaria e que o PRR, na sua retórica social-democrata de colaboração entre capital e trabalho, também acolhia com simpatia e cálculo eleitoreiro.