Pular para o conteúdo

Após agravo, Dmae planeja relançar licitação para reforma em casas de bombas

Autarquia tenta anular licitação desde março para refazer processo que fará melhorias em quatro estações de bombeamento

Após agravo, Dmae planeja relançar licitação para reforma em casas de bombas
Estação da Vila Minuano é uma das que devem ser reformadas | Foto: Ederson Nunes / CMPA

Por meio de um agravo de instrumento, a desembargadora Mylene Maria Michel, da 22ª Câmara Cível, tornou sem efeito a decisão judicial que impede a prefeitura de realizar uma nova licitação para a reforma de quatro casas de bomba, que compõem o sistema de proteção contra enchentes. O agravo ainda será julgado pelo TJ, mas, após a manifestação de Michel, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informou à Matinal que irá lançar uma nova concorrência pública nas “próximas semanas”.

O lançamento será a segunda tentativa da prefeitura em reformar quatro estações localizadas no Marinha do Brasil, Centro Histórico e Vila Minuano, no bairro Sarandi. À exceção da área do Marinha, protegida pelo dique da avenida Edvaldo Pereira Paiva, as outras duas regiões sofreram alagamentos durante a enchente do ano passado, e um dos motivos foi a falha nas casas de bomba. 

A primeira licitação para as obras, concluída em março, foi anulada pelo município, o que gerou a controvérsia judicial. A prefeitura argumenta que o primeiro edital continha uma exigência que desclassificou quase todas as concorrentes, impedindo a competição entre as empresas interessadas. A decisão foi criticada pelo consórcio vencedor, MSH EBAPs, que reclamou em juízo seu direito à contratação, buscando impedir outra licitação. No meio do ano, as empresas chegaram a conseguir uma decisão judicial determinando a sua contratação. 

No agravo, publicado na última semana, a desembargadora ressalta que, se fosse mantida a proibição de um novo edital, prejudicaria a contratação de obras de infraestrutura de drenagem. A magistrada escreveu que, ao proceder a anulação administrativa, a prefeitura “atuou no exercício de seu poder-dever de autotutela, reconhecendo um vício insanável capaz de comprometer a lisura, a economicidade e a segurança jurídica da contratação”. 

Listou como motivo, também, o risco de se perder os recursos para a reforma, advindos do Funrigs, por conta do prazo para a execução da reforma, que vence em maio de 2027. Ao fim da peça, a desembargadora pede que a análise do agravo interno e do agravo de instrumento sejam pautados para julgamento com brevidade pela 22ª Câmara do TJ, que tomará a decisão colegiada. 

No projeto de reforma, é previsto que as quatro estações tenham seus painéis elevados, motores substituídos, além de receberem a instalação de geradores permanentes. Ao vencer o primeiro certame, o consórcio MSH EBAPs havia oferecido prestar o serviço por 49,1 milhões de reais, 5% a menos do valor de referência. 

A expectativa é de que os trabalhos nas casas de bomba, depois que iniciados, durem oito meses. Desde a enchente, as estações do Centro receberam melhorias em seus prédios, intervenções que foram concluídas em junho.


E-mail: tiago@matinal.org

Tiago Medina

Jornalista cofundador da Matinal, repórter e editor. Especialista em Jornalismo Digital e mestrando em Planejamento Urbano e Regional. Ciclista, vencedor na categoria imprensa do prêmio CAU/RS 2024. Contato: tiago@matinal.org

Todos os artigos

Mais em Reportagem

Ver tudo

Mais de Tiago Medina

Ver tudo