Após quase dois anos, a concessão do Cais Mauá deve ganhar novos capítulos no primeiro trimestre de 2026. A Secretaria de Parcerias informou nesta quinta-feira que o contrato de concessão de 30 anos do espaço será assinado até março do próximo ano. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornalista Jocimar Farina, de GZH.
Após três tentativas frustradas anteriores, o leilão ocorreu em 6 de fevereiro de 2024. O certame foi vencido pelo consórcio Pulsa RS. Não houve outros interessados na concessão. A proposta de concessão do espaço é de 30 anos. No período, o investimento a ser aportado pelo consórcio é de R$ 353,3 milhões.
Após o leilão, a expectativa era de que o contrato fosse assinado entre 60 e 90 dias. No entanto, os prazos acabaram suspensos por conta da enchente histórica de abril e maio de 2024. Desde então, o governo do estado emitiu e renovou decretos de calamidade pública, o que deixava os prazos em aberto. Depois da enchente e ao longo de 2025, o Piratini evitou projetar quando o vínculo seria oficializado.
Pela concessão, o consórcio Pulsa RS se comprometerá a reformar os armazéns históricos. Em troca, conforme o andamento das entregas, receberá a área das docas do cais, próximo à Rodoviária. No local, estão previstas construções de torres residenciais e comerciais. A área foi severamente afetada pela inundação em maio do ano passado.
Consultada, a Secretaria de Parcerias informou que, no momento, não há informações a respeito de alterações no projeto. A Matinal tentou contato com integrantes do consórcio do Pulsa RS, mas não obteve retorno.

Alteração no muro precisa parar por órgãos técnicos
O projeto original também prevê a possível retirada de parte do muro da Mauá, estrutura que compõe o sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre. A substituição, entretanto, se daria a partir da aprovação de órgãos técnicos competentes.
Em 2023, o professor Fernando Dornelles, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), defendeu a manutenção do muro ante às soluções apresentadas, com estruturas montáveis. Dornelles chamou a atenção ser necessário ter pessoas treinadas e logística adequada para o acionamento em caso de emergência.
Desde a enchente, a prefeitura de Porto Alegre adotou o caminho contrário, fechando definitivamente três comportas, com concreto armado, localizadas ao longo da avenida Mauá. Outras três comportas na Castelo Branco também serão fechadas.