Imersão Batucas realiza oficina temática sobre "A Era dos Festivais"

A Imersão Batucas do dia 8 de novembro, destinada a mulheres de todas as idades, com ou sem experiência musical prévia, vai abordar este tema e trazer na oficina os signos da época, suas canções, seus artistas, seus instrumentos. Esta será a 14 edição desse projeto que instrumentaliza as alunas em temas interessantes e diversos, com ritmo, musicalidade, memória, canto e percussão.

A era dos festivais marcou definitivamente a trajetória da música brasileira. Todas as guinadas aconteceram ali, bem como momentos emblemáticos como o discurso de Caetano veloso, as vaias da plateia, as guitarras elétricas dos Mutante e de Gilberto Gil dando o tom do que viria a seguir. E claro, as vozes de uma geração em plena ditadura militar, como Geraldo Vandré, Elis Regina, Jair Rodrigues, Gal Costa e Chico Buarque, com suas mensagens cifradas para burlar a censura da época.

A ideia é dar um panorama teórico breve sobre o momento em que aconteceram os grandes festivais da música brasileira, e, em seguida, partir para as práticas, utilizando alguns dos instrumentos de percussão, as canções e as vozes. O objetivo é que as alunas tenham um contato mais próximo com instrumentos, além de se familiarizarem com questões rítmicas, de pulso da música e da conexão com o corpo.

O momento da prática vocal é ministrado pela musicista Raquel Pianta, e engloba os aquecimentos vocais - de respiração e corpo. Já a parte percussiva fica aos cuidados de Biba Meira, referência como uma das grandes bateristas brasileiras, criadora das Batucas e integrante de grupos importantes no rock brasileiro, e Julia Pianta, regente das Batucas ao seu lado e professora das requisitadas turmas de percussão e pandeiro da escola. A oficina se encerra numa grande celebração dos ensinamentos percussivos com a prática vocal, com todas tocando e cantando juntas.

As Batucas estão consolidadas na cidade e a cada dia mostram mais força e potência, seja pelas aulas de percussão, pandeiro, vocal e dança, seja pelo trabalho paralelo que desenvolvem sempre que a sociedade necessita, como na pandemia e, mais recentemente na enchente, com o projeto Batucas Solidárias. Idealizada por Biba Meira, uma grande baterista brasileira que galgou seu espaço num cenário dominado por homens e pela relevância do seu trabalho como professora, a escola sempre se caracterizou como mais que um lugar de aprendizado musical. Aqui a premissa é contribuir, somar, participar, transformar, aprender, crescer, empreender, brincar. Todos esses verbos são conjugados pelas integrantes dessa escola feminina desde 2015, o ano de sua criação, por um viés inclusivo e sem preconceito etário.