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15a Mostra Cinema e Direitos Humanos chega a Porto Alegre com documentário sobre enchentes e reconstrução coletiva do Rio Grande do Sul

Neste ano, a mostra promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), os debates abrangem justiça social e os impactos das mudanças climáticas para indígenas e outros grupos vulnerabilizados

15a Mostra Cinema e Direitos Humanos chega a Porto Alegre com documentário sobre enchentes e reconstrução coletiva do Rio Grande do Sul
Do colo da Terra (2025)

A 15a Mostra Cinema e Direitos Humanos desembarca em Porto Alegre entre os dias 4 e 7 de dezembro, no Cine Bancários, com programação gratuita. Esta edição é dedicada a refletir sobre os impactos das mudanças climáticas e o processo de reconstrução social após enchentes como as que marcaram o estado do Rio Grande do Sul em 2024 e 2025. O evento é promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e passa por 12 capitais brasileiras.

Com o tema “Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável”, a edição 2025 destaca como os desastres ambientais redefinem territórios, memórias e formas de cuidado comunitário. Em Porto Alegre, a programação enfatiza a realidade local ao exibir “Rua do Pescador, no 6” (2025), documentário da atriz e diretora gaúcha Bárbara Paz, filmado no pós-enchentes e realizado por uma equipe sul-rio-grandense, parte dela também atingida pela tragédia. A obra recupera histórias, fotografias e lembranças que emergem à medida que as águas baixam, oferecendo um retrato íntimo e sensível da perda e da resistência.

Neste ano, a Mostra Cinema e Direitos Humanos é realizada em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Curso de Cinema e Audiovisual, e destaca o audiovisual como ferramenta de transformação social, educação e registro de lutas por direitos. Em Porto Alegre, a Mostra é produzida pela Primeira Fila Produções e conta com o apoio do Cine Bancários.

A homenageada da edição é a cineasta Sueli Maxakali, liderança Tikmũ’ũn e referência no cinema indígena contemporâneo. Seu longa “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), premiado no Festival de Brasília, CachoeiraDoc e Mostra Ecofalante, abre a programação nacional. A obra retrata a busca da cineasta pelo pai, afastado da família pela ditadura militar. Confira o teaser AQUI.

Filmes e temáticas

Com 21 filmes, de curadoria de Beatriz Furtado (UFC) e Janaina de Paula, a mostra apresenta obras que investigam território, memória, ancestralidade e luta por justiça ambiental. Entre os filmes selecionados está “Ga vī: a voz do barro”, que destaca-se por apresentar, em forma de animação, as histórias e saberes das mulheres Kaingang da Terra Indígena Apucaraninha, no norte do Paraná. A obra é realizada por Ana Letícia Meira Schweig, Angélica Domingos, Cleber Kronun de Almeida, Eduardo Santos Schaan, Geórgia de Macedo Garcia, Gilda Wankyly Kuita, Iracema Gãh Té Nascimento, Kassiane Schwingel, Marcus A. S. Wittmann, Nyg Kuita e Vini Albernaz. O curta recupera a tradição da cerâmica como prática ancestral ligada ao território, à memória e ao cuidado coletivo, transformando o barro em voz, registro e continuidade cultural para as novas gerações.

Outro título da programação é “Amazônia sem garimpo”, animação dirigida por Tiago Carvalho e Julia Bernstein, que apresenta de forma sensível e acessível os impactos do garimpo ilegal nos rios da Amazônia e na vida dos povos indígenas.

Os filmes estão estruturados em quatro sessões que compõem o eixo temático da Mostra. A sessão Nêgo Bispo/Terra reúne obras sobre resistência quilombola, violência no campo e enfrentamento a desastres ambientais; a sessão Antônia Melo/Águas destaca conflitos hídricos e narrativas de comunidades pressionadas por grandes empreendimentos; já a sessão Raoni/Floresta homenageia o líder indígena caiapó com filmes que tratam de ameaças à Amazônia, disputas territoriais e imaginários originários; enquanto a sessão infantil apresenta produções que estimulam a imaginação e aproximam as crianças da cultura e do meio ambiente.

Todos os títulos contam com janela de Libras e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE). Após as sessões, os debates também contarão com acessibilidade em Libras.

Programação:

Dia 1 - 04/12, quinta-feira

Sessão de abertura – 18h às 21h30 - classificação indicativa: 12 anos

Coffee Break

Solenidade + Falas institucionais

Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá (2025, 90’). Direção: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna

Dia 2 - 05/12, sexta-feira

Sessão Infantil 1 – 9h30 às 13h - classificação indicativa: Livre

Amazônia sem garimpo (2022, 6’50”). Direção: Tiago Carvalho e Julia Bernstein

No início do mundo (2025, 7’46”). Direção: Camilla Osório

Chico Bento e a goiabeira maraviósa (2025, 90’). Direção: Fernando Fraiha

Sessão Infantil 2 – 15h às 17h30 - classificação indicativa: Livre

Ga vī: a voz do barro (2021, 10’46”). Direção: Ana Letícia Meira Schweig e equipe

Òsányìn: o segredo das folhas (2021, 22’). Direção: Pâmela Peregrino

Do colo da Terra (2025, 75’). Direção: Renata Meirelles e David Vêluz

Sessão Nêgo Bispo (Terra) – 18h30 às 21h30 - classificação indicativa: 12 anos

Eu sou raiz (2022, 7’). Direção: Cíntia Lima e Lílian de Alcântara

Ainda há moradores aqui (2025, 42’50”). Direção: Tiago Rodrigues

Pau d’arco (2025, 89’). Direção: Ana Aranha

Dia 3 - 06/12, sábado

Sessão Antônia Melo (Águas) – 9h30 às 12h30 - classificação indicativa: 10 anos

Kutala (2025, 5’). Direção: Fabio Martins e Quilombo Manzo

Rio de mulheres (2009, 21’). Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira

Cerrado, coração das águas: Conexão Caatinga (2025, 16’46”). Direção: Fellipe Abreu e Luis Felipe Silva

As lavadeiras do rio Acaraú transformam a embarcação em nave de condução (2021, 12’). Direção: Kulumym-Açu

Volta grande (2020, 27’). Direção: Fábio Nascimento

Rua do Pescador, No 6 (2025, 72’). Direção: Bárbara Paz

Sessão Raoni (Floresta) – 19h15 às 22h - classificação indicativa: 14 anos

SUKANDE KASÁKÁ | Terra doente (2025, 30’). Direção: Kamikia Kisedje e Fred Rahal

Faísca (2025, 12’). Direção: Barbara Matias Kariri

Grão (2020, 16’). Direção: Adriana Miranda

Curupira e a máquina do destino (2025, 25’). Direção: Janaína Wagner

Dia 4 - 7/12, domingo

Sessão de encerramento – 19h15 às 22h - classificação indicativa: 12 anos

Sede de rio (2024, 72’). Direção: Marcelo Abreu Góis

📆
15a Mostra Cinema e Direitos Humanos
Quando: Entre 4 e 7 de dezembro
Onde: Cine Bancários (R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico) 
Gratuito

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