A Cia Ópera Brasil e a Orquestra de Câmara da Ulbra apresentam a estreia mundial da ópera inédita A Prisioneira do Alto da Bronze, baseada na história real de Nilza Linck (1923–2021). A obra, cantada em português, tem libreto de Pedro Longes e música de Jean Lopes Baiano. A montagem reúne solistas, coro e a Orquestra de Câmara da Ulbra, sob regência de Tiago Flores e direção cênica de Henrique Cambraia. As apresentações serão nos dias 25 e 26 de novembro de 2025, às 20h, na Associação Leopoldina Juvenil (Marquês do Herval, 280), em Porto Alegre.
Ambientada na Porto Alegre dos anos 1950, a ópera em dois atos narra a história de Elsa Laufer (interpretada por Yasmini Vargaz), mulher livre e sonhadora, que vive reclusa após envolver-se com José Alfredo (Daniel Germano), político influente e casado, que a seduz com promessas de amor e casamento jamais cumpridas. A esposa dele, Rosa Cardoso (Deizi Nascimento), enfrenta o escândalo e a humilhação pública, enquanto Elsa se vê aprisionada entre o desejo, a esperança e a solidão. É o retrato musical de uma mulher que transforma a dor em voz e a desilusão em libertação. m
O Castelinho do Alto da Bronze
O Castelinho do Alto da Bronze foi construído na década de 1940, em estilo eclético, com inspiração medieval. O prédio, localizado na rua Fernando Machado, é uma das edificações mais emblemáticas da área central de Porto Alegre e está ligado à história de Nilza Linck.
A história de Nilza Linck, a prisioneira do Castelinho
A história da prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze gira em torno de Nilza Linck, que, ainda jovem, aos 18 anos, conheceu Carlos Eurico Gomes, político da época. Carlos construiu um castelo em Porto Alegre (na esquina das ruas Vasco Alves e Fernando Machado) e manteve Nilza sob rígida vigilância durante quatro anos, impedindo-a de se aproximar das janelas e controlando seus movimentos com ciúmes, mesmo sendo casado. Nilza vivia cercada de luxo, mas era constantemente ameaçada por Carlos. Por isso, Nilza acabou conhecida como “Rapunzel” na lenda urbana formada em torno de sua história.
Em 1952, Nilza deixou Carlos Eurico. O prédio foi vendido posteriormente e transformado em boate, entre outras funções. A história de Nilza e seu relacionamento com Carlos foram registrados no livro A Prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze (1993), do jornalista Juremir Machado da Silva, baseado em depoimentos da própria Nilza. Ela se casou novamente, adotou uma filha e, até os últimos anos de sua vida, visitava o castelo.
Quando: 25 e 26 de novembro de 2025, às 20h
Onde: Associação Leopoldina Juvenil – Rua Marquês do Herval, 280, Porto Alegre
Ingressos disponíveis no Sympla.