Confira todos os textos da edição #300
- Clássicos de agora e de sempre, por Luís Augusto Fischer
- O que pensam os escritores gaúchos mais lidos do século 21, por Luís Augusto Fischer
- Sobre a elitização da leitura numa livraria de shopping e a invisibilidade das livrarias de rua, por Marlon Pires Ramos
- O fim da literatura é o fim do mundo, por Paulo Damin
- É verdade esse bilete?, por Gonçalo Ferraz
- Narrativas porto-alegrenses: Dez histórias na cidade, por Luís Augusto Fischer
- Face a face com a barbárie, por Juremir Machado da Silva
- A coisa certa a fazer – Capítulo 10: Enfim, o estrangeiro, por Stela Rates
Minha mala foi a última a surgir na esteira. Vinha solitária, entregue ao movimento sinuoso que a trazia, mais ou menos como eu. Com sua indefectível fitinha verde e amarela amarrada na alça, distinguia-se das inúmeras outras malas pretas que haviam passado por mim. Mais um medo vencido, minhas coisas não estavam perdidas em uma conexão, minha bagagem estava intacta. Apesar do meu nervosismo, passar pela imigração tinha sido menos difícil do que eu esperava. Meu inglês adestrado com afinco em aulas particulares, o destino respeitável e a paciência do inspetor de imigração deram conta do recado. Eu estava chegando para desenvolver parte de minha tese na Universidade de Toronto, moraria numa residência para estudantes estrangeiros, passaria lá o verão do hemisfério norte. Here you go, o primeiro carimbo em meu passaporte!